06 março 2007

Crônicas de Ana - Acupuntura é melhor que Passiflorine

E não é que acupuntura acalma mesmo? Hoje fiz minha primeira sessão com o objetivo de parar de fumar sem engordar ou perder amigos, emprego, enfim...
Tive uma manhã leve, tranqüila, sem fumaça.

Sai para o almoço, em direção a manicure com o Caçador de Pipas embaixo do braço, feliz por conseguir naquela próxima meia hora, finalizar o capítulo interrompido quando o trânsito andou pela manhã. Às vezes até tento, mas dirigir a 40km/h lendo não é muito recomendável mesmo.

Na Guarita, o nosso segurança Val, sempre tão gentil me disse rindo de forma abobalhada: “Ana, você está mais encorpada” depois de um olhar fulminante para a minha bunda. As meninas altas e magras de novos negócios sentadas em nosso jardim riram, riram a valer. Eu simplesmente saí com toda a dignidade de um ser superior.

Por que me estressar? Dia quente e lindo. A rua arborizada, cheia de árvores frutíferas e passarinhos cantando. A bem da verdade, cagando também em nossos carros, mas o que seria do lava rápido sem eles. Os transeuntes passavam tranqüilos, em meio aos seguranças da rua, um a cada esquina.

De repente uma confusão. Dois meliantes de moto cercam um rapaz. É um pouco difícil descrever a cena, pois todos usavam branco. Blusa branca, moto branca, baú branco, capacete branco. O cidadão trabalhador reagiu e saiu correndo, os motoqueiros foram atrás. Juro que até esse momento não havia entendido direito o que estava rolando. Percebi que o Jéferson, segurança da rua, estava um pouco tenso, tendo espasmos com os ombros e passou a me acompanhar. Continuei meu itinerário, achando se tratar somente de uma discussão mais inflamada... até que o motoqueiro de capacete BRANCO sacou a arma e mirou no rapaz.

Meu rádio tocou junto com o primeiro disparo: Oi Gato, peraí já já falo com vc, estou fugindo; enquanto iniciava a minha corrida de garça. Corri para a porta da Dançar, rezando para o Val, sempre Joseval, não estar com uma dor de barriga no banheiro ou simplesmente ter resolvido que era um bom momento para brincar e me deixar esperando como sempre.

Bati na porta da Dançar, e enquanto aguardava o agora Salvador Val, vi que o matador se dirigia na minha direção após o segundo disparo. Me joguei no chão. Chão mesmo. Estava pronta para uma rolagem mais agressiva, quando vi que o MATADOR olhava para o outro lado da rua. A porta se abriu.

O Val e as meninas estavam apreensivos achando que eu havia voltado para tirar satisfações. Percebi que não havia desligado o rádio e que meu namorado continuava lá, em minhas mãos, esperando para saber do que eu fugia.

Fumei três cigarros, mas só porque encontrei uma boa desculpa para eles. Mas ainda tenho fôlego para uma corrida básica

Quem sabe amanhã eu não paro?

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial


Contador Grátis