Quem disse que não dá?

O prêmio Nobel da Paz foi concedido ao Banco Grameen e a seu fundador, Muhammad Yunus, de Bangladesh, pelo seu trabalho pioneiro em tirar milhares de pessoas da pobreza, especialmente mulheres, por meio de pequenos empréstimos (o valor médio dos empréstimos é de aproximadamente R$300,00).
"Os empréstimos para os mais pobres sem qualquer garantia financeira parecia uma idéia impossível. Desde o início modesto, há três décadas atrás, Yunus tem desenvolvido, por meio do banco Grameen, o microcrédito como um instrumento importante na luta contra a pobreza", destacou nota do comitê da premiação. Outro dado exemplar é o da taxa de inadimplência desta linha de crédito: apenas 1%.
Desde sua criação em 1983, o Grameen fez pequenos empréstimos no valor total de US$ 5,72 bilhões. "Yunus e o Grameen demonstraram que até o mais pobre entre os pobres pode trabalhar para levar seu próprio desenvolvimento", explicou a comissão.
Yunus, economista de 66 anos, disse que investirá o dinheiro do prêmio na construção de um hospital oftamológico e na criação de uma companhia de elaboração de alimentos para pessoas pobres.
"A paz duradoura não pode ser alcançada a menos que grandes grupos da população encontrem meios de sair da pobreza. O microcrédito é um desses meios. O desenvolvimento a partir de baixo também serve para avançar a democracia e os direitos humanos.", diz o anúncio público do Comitê Norueguês da Fundação Nobel.
"Todo indivídio sobre a Terra tem tanto potencial como o direito a uma vida digna. Entre diferentes culturas e civilizações Yunnus e o Grameen Bank têm mostrado que a inclusão dos mais pobres pode trabalhar para construir seu próprio desenvolvimento." complementou o comitê.
O banco está presente em mais de 60 países e a grande maioria dos clientes é do sexo feminino. O sistema de microcrédito, inventado e difundido pelo Yunus, foi copiado em mais de 100 países, dos Estados Unidos a Uganda.

É de exemplos como este que a humanidade carece, rumo a uma existência mais digna e igualitária, provendo oportunidades reais em vez de mero assistencialismo.